Leonardo Coimbra

Leonardo Coimbra
Leonardo Coimbra
Nascimento 30 de dezembro de 1883
Borba de Godim
Morte 2 de janeiro de 1936 (52 anos)
Porto
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Alma mater
  • Universidade do Porto
Ocupação filósofo, político, professor universitário
Prêmios
  • Grã-Cruz da Ordem Civil de Afonso XII (1924)
Causa da morte acidente rodoviário
[edite no Wikidata]
Escultura no Porto.

Leonardo José Coimbra (Borba de Godim, Lixa, 30 de Dezembro de 1883 – Porto, 2 de Janeiro de 1936) foi um filósofo, professor e político português. Enquanto Ministro da Instrução Pública de um dos governos da Primeira República Portuguesa, lançou as Universidades Populares e a Faculdade de Letras do Porto. Como pensador fundou o movimento Renascença Portuguesa, e evoluiu do criacionismo para um intelectualismo essencialista e idealista, reconhecendo a necessidade de reintegrar o saber das "mais altas disciplinas espirituais", como a metafísica e a religião.

Biografia

Aos 14 anos Leonardo Coimbra deixou o Colégio de Nossa Senhora do Carmo, em Penafiel, para se matricular na Escola Normal de Coimbra em 1898. Em 1905 iniciou o curso da Academia Politécnica do Porto, que concluiu em Lisboa quatro anos depois, com média elevada.

Em 1907 fundou e dirigiu, com Jaime Cortesão, Cláudio Basto e Álvaro Pinto, a Nova Silva[1] (1907) (de orientação anarquista), e no ano seguinte fundou a Sociedade dos Amigos do ABC de inspiração huguesca, para combater o analfabetismo. Constitui depois com Jaime Cortesão, Rodrigo Solano, Gil Ferreira e Correia de Sousa, o grupo político-literário "Nova Seara", e fundou em 1912 a Renascença Portuguesa, com as suas "Universidades Populares", tendo por órgão a revista A Águia. Em 1913 apresentou a sua tese "Criacionismo" ao concurso de assistente de Filosofia, e no ano seguinte iniciou a sua carreira de político, filiando-se no Partido Republicano Português. Em 1915 leccionou no liceu Gil Vicente, em Lisboa. Ainda no universo das publicações periódicas, colaborou com a Serões[2] (1901-1911) Atlantida[3] (1915-1920), e Contemporânea[4] (1915-1926).

Foi duas vezes ministro de Instrução Pública (1919 e 1923), criou as Escolas Primárias Superiores, reformou a Biblioteca Nacional, fundou a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (onde foi director e professor), defendeu, apesar de toda a polémica gerada, a liberdade do ensino religioso nas escolas particulares fiscalizadas pelo Estado.

Fez parte da Maçonaria, tendo sido iniciado na loja Luz e Caridade da Póvoa de Varzim, com o nome simbólico de Kant.[5]

Foi um dos maiores impulsionadores do Espiritismo em Portugal, tendo feito parte da mesa do I Congresso Espírita Português, realizado em Lisboa, nos dias 15, 16, 17 e 18 de Maio de 1925.

Incompatibilizando-se com a facção tradicional do seu partido que acabou por abandonar, devido à sua defesa do ensino religioso particular, ingressou na Esquerda Democrática.

Converteu-se ao Catolicismo em 1935, vindo a falecer, pouco depois, num acidente de automóvel.

Obras Literárias

  • Camões e a Fisionomia Espiritual da Pátria (eBook)
  • A Alegria, a Dor e a Graça
  • A Rússia de Hoje e o Homem de Sempre (1935)

Ver também

Referências

  1. Álvaro de Matos (21 de Dezembro de 2011). «Ficha histórica: Nova silva : revista ilustrada» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa 
  2. Rita Correia (24 de Abril de 2012). «Ficha histórica: Serões, Revista Mensal Ilustrada (1901-1911).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 23 de Setembro de 2014 
  3. Rita Correia (19 de Fevereiro de 2008). «Ficha histórica: Atlantida: mensário artístico, literário e social para Portugal e Brasil» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de Junho de 2014 
  4. [1]Contemporânea (1915-1926) cópia digital, Hemeroteca Digital
  5. Oliveira Marques, A. H. de (1985). Dicionário de Maçonaria Portuguesa. Lisboa: Delta. p. 361 

Bibliografia

  • Leonardo Coimbra, Obras de Leonardo Coimbra, ed. Lello e Irmão, 2 volumes, Porto, 1983 (Vol. I: Criacionismo - Esboço de um Sistema Filosófico; Criacionismo - Síntese Filosófica; A Alegria, a Dor e a Graça; Do Amor e da Morte; A Questão Universitária; A Rússia de Hoje e o Homem de Sempre. Vol. II: Pensamento Criacionista; A Morte; Luta pela Imortalidade; O Pensamento Filosófico de Antero; Problema da Indução; A Razão Experimental; Notas sobre a abstracção científica e o silogismo; Jesus; S. Francisco de Assis; Problema da Educação Nacional; S. Paulo de Teixeira de Pascoaes, O Homem às Mãos com o Destino).
  • Leonardo Coimbra, Dispersos I - Poesia Portuguesa, Lisboa, 1984.
  • Leonardo Coimbra, Dispersos II - Filosofia e Ciência, Lisboa, 1987.
  • Leonardo Coimbra, Dispersos III - Filosofia e Metafísica, Lisboa, 1988.
  • Alfredo Ribeiro dos Santos, Perfil de Leonardo Coimbra, Lisboa, 1998.
  • Álvaro Ribeiro, Leonardo Coimbra. Apontamentos de Biografia e Bibliografia, Lisboa, 1945.
  • Álvaro Ribeiro, Memórias de um Letrado, Lisboa, 1977.
  • Ângelo Alves, O Sistema Filosófico de Leonardo Coimbra. Idealismo Criacionista, Porto, 1962.
  • António de Magalhães, "A perenidade do pensamento filosófico de Leonardo Coimbra" in Revista Portuguesa de Filosofia, n.º 12, 1956.
  • Delfim Santos, "Actualidade e valor do pensamento filosófico de Leonardo Coimbra", in Obra Completa, vol. II, Lisboa, 1973, p. 225-237.
  • Eduardo Abranches de Soveral, "Análise de «O Criacionismo» de Leonardo Coimbra", Lisboa, 1989.
  • Eduardo Abranches de Soveral, "Sobre o criacionismo - a propósito de Leonardo Coimbra", 1997.
  • Eduardo Abranches de Soveral, "O pensamento dialéctico de Leonardo Coimbra - reflexão sobre o seu valor antropológico", 1997.
  • José Marinho, O Pensamento Filosófico de Leonardo Coimbra, Porto, 1945.
  • José Marinho, "Leonardo Coimbra e o magistério do Amor e da Liberdade" in Verdade, Condição e Destino no Pensamento Português Contemporâneo, Porto, 1976.
  • Manuel Cândido Pimentel, Filosofia Criacionista da Morte: meditação sobre o problema da morte no pensamento filosófico de Leonardo Coimbra, Ponta Delgada, 1994.
  • Manuel Cândido Pimentel, A Ontologia Integral de Leonardo Coimbra, Lisboa, 2003.
  • Manuel Ferreira Patrício, A Pedagogia de Leonardo Coimbra - Ensaio sobre a intuição do ser e a visão enigmática, Porto, 1992.
  • Miguei Spinelli, A Filosofia de Leonardo Coimbra, Braga, 1981.
  • Manuel Freitas, O Pensamento criacionista de Leonardo Coimbra, Braga, 1957.
  • Manuel Freitas, "Aspectos do Saudosismo em Leonardo Coimbra", in Itinerarium, 4, 1958.
  • Robert Junqueira, "Leonardo Coimbra e Vladimir Solovyov: relações inesperadas entre as filosofias em Portugal e na Rússia", Texto Aberto IEF 5 (2019), pp. 1-31.
  • Robert Junqueira, "Leitura Criacionista da «Síntese Filosófica» de Leonardo Coimbra", Periódico Héstia 3 (1) (2019), 36-51.
  • Sant'Anna Dionísio, Valor da Ciência para Leonardo Coimbra, Porto, 1956.
  • Sant'Anna Dionísio, Leonardo Coimbra. Contribuição para o conhecimento da sua personalidade e seus problemas, Porto, 1983.
  • Sant'Anna Dionísio, Leonardo Coimbra, O Filósofo e o Tribuno, Lisboa, 1985.
  • Vários autores, Leonardo Coimbra Filósofo do Real e do Ideal. Colectânea de Estudos, Lisboa, 1985.
  • Vários autores, "Filosofia e Ciência na Obra de Leonardo Coimbra", in Actas do Simpósio realizado no Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, Porto, 1992.

Ligações externas

  • Leonordo Coimbra no Instituto Camões
  • Leonardo Coimbra, Antigo Estudante da Academia Politécnica do Porto
  • Nova silva: revista ilustrada [cópia digital]
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António de Sousa Júnior José Sobral Cid Frederico Ferreira de Simas Joaquim Pimenta de Castro (interino) Manuel Goulart de Medeiros Junta Constitucional José de Castro (não empossado) Sebastião de Magalhães Lima José de Castro (interino) João Lopes Martins Frederico Ferreira de Simas (2.ª vez) Joaquim Pedro Martins António José de Almeida (interino) Joaquim Pedro Martins (continuação) José Maria Barbosa de Magalhães Artur de Almeida Ribeiro (interino) José Maria Barbosa de Magalhães (continuação) Junta Revolucionária Alfredo Magalhães Domingos Pereira Leonardo Coimbra • Joaquim José Oliveira Afonso Pinto Veloso (não empossado) Joaquim José Oliveira (reconduzido) João de Deus Ramos Vasco Borges Augusto Nobre Francisco Velhinho Correia (interino) Artur Octávio do Rego Chagas Felisberto Pedrosa (interino) Júlio Dantas Augusto Nobre (2.ª vez) Júlio Martins Tomé de Barros Queirós (interino) António Ginestal Machado António Alberto Torres Garcia (não empossado) Manuel de Lacerda de Almeida Francisco Alberto da Costa Cabral Alberto Rocha Saraiva Augusto Nobre (3.ª vez) Leonardo Coimbra (2.ª vez) João Camoesas António Maria da Silva (interino) João Camoesas (continuação) Manuel de Melo e Simas António Sérgio Hélder Ribeiro António de Abranches Ferrão António de Sousa Júnior (2.ª vez) Rodolfo Xavier da Silva Eduardo Santos Silva João Camoesas (2.ª vez) Eduardo Santos Silva (2.ª vez)

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António Maria da Silva Eduardo Alberto Lima Basto Junta Revolucionária Feliciano da Costa Henrique Forbes de Bessa • Eurico Cameira Augusto Dias da Silva • Jorge de Vasconcelos Nunes José Domingues dos Santos José Joaquim Fernandes de Almeida (não empossado) José Domingues dos Santos (reconduzido) Amílcar Ramada Curto Bartolomeu Severino José da Costa Júnior • Júlio Ernesto de Lima Duque Adriano Pimenta (não empossado) António Joaquim Ferreira da Fonseca (interino) José Domingues dos Santos (2.ª vez) Tomé de Barros Queirós (interino) Júlio Ernesto de Lima Duque (2.ª vez) António Pires de Carvalho (interino) Alfredo Azevedo e Sousa • Manuel Maria Coelho (interino) António Alberto Torres Garcia (não empossado) Francisco Trancoso (interino) Augusto Alves dos Santos Vasco Borges (interino no final) Leonardo Coimbra (interino) Alberto Rocha Saraiva Pedro Pita (interino) Júlio Ernesto de Lima Duque (3.ª vez) Rodolfo Xavier da Silva João de Deus Ramos Ângelo Sampaio Maia • António do Lago Cerqueira Francisco Alberto da Costa Cabral

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Marinha
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Negócios Estrangeiros
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