Francisco Carlos da Luz

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Francisco Carlos da Luz
M.R.(Marechal Reformado)
deputado pela província de Santa Catarina
Período (21ª legislatura) 1876
a 1877
Dados pessoais
Nascimento 29 de outubro de 1830
São José,
Santa Catarina,
Império do Brasil
Morte 21 de janeiro de 1906 (75 anos)
Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro,
Brasil
Nacionalidade Brasileiro
Progenitores Mãe: Clara Francisca da Costa
Pai: José Maria da Luz
Alma mater Real Academia Militar
Esposa Maria Bárbara de Moraes Âncora
Filhos(as) Francisco Carlos Ancora da Luz
Profissão Militar, engenheiro, político, matemático, e professor
Serviço militar
Graduação Marechal
Conflitos Guerra do Paraguai e Revolta da Armada
Condecorações Cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa

O marechal Francisco Carlos da Luz (Praia Comprida, município de São José, 29 de outubro de 1830 — Rio de Janeiro, 21 de janeiro de 1906[1]) foi um político e militar brasileiro da época imperial e do início da república.

Filho de José Maria da Luz e Clara Francisca da Costa.

Foi professor de matemática e deputado geral duas vezes pela província de Santa Catarina, de 1861 a 1864 e de 1876 a 1877.

Formação e início da carreira militar

Marcado pelo falecimento de sua mãe, quando ainda era bem jovem, Francisco Carlos deixou a sua família em Santa Catarina e ingressou na Escola Militar.

Em 9 de junho de 1846, aos 16 anos, foi considerado adido àquela academia e, em 21 de agosto, passou a aluno efetivo, matriculado no 1º ano da escola como cadete. Sempre foi considerado um excelente aluno em seus estudos.

Em 20 de abril de 1849, Francisco Carlos foi promovido ao posto de 2º tenente com carta de engenheiro militar e de bacharel em matemática.

Primeiras contribuições como militar e professor

Dentre as primeiras atribuições de Francisco Carlos como militar esteve a de coordenar a implantação de pioneira indústria metalúrgica nacional (fábrica de ferro), em Ipanema, no interior do estado de São Paulo. Na época, o exército demonstrava preocupação e interesse para com a siderurgia nacional, de modo que Francisco Carlos coordenou, tanto o setor técnico, como o financeiro, na criação dessa indústria, desligando-se do projeto somente após o início de sua produção.

Exerceu a cátedra de matemática, química, ciências físicas e materiais na Escola de Aplicação do Exército e na antiga Escola Central do Rio de Janeiro. Pelo Decreto Imperial de 18 de julho de 1852, foi promovido a 1º tenente e, por longo tempo, foi diretor do Laboratório Pirotécnico de Campinhos, no Rio de Janeiro, onde se dedicou com ardor e proficiência a sua especialidade, no fabrico de espoletas e foguetes de alta tecnologia, que, nesse campo, puseram o exército brasileiro em vantagem sobre as corporações militares dos países vizinhos e que obtiveram resultados espetaculares nos combates da Guerra do Paraguai.

Em 2 de dezembro de 1854, por Decreto Imperial, Francisco Carlos foi galardoado com o título de cavaleiro da Imperial Ordem da Rosa e, por merecimento, em 1856, atingiu o posto de capitão.

Atuação na política

Em 1860 Francisco Carlos fez grande doação de livros para a Biblioteca Pública de Santa Catarina, então recém inaugurada. Todos os anos repetia tais doações, sendo considerado atualmente um benemérito daquela instituição de cultura. No acervo da mencionada biblioteca, podem ser encontradas obras de sua autoria e de outros escritores no Setor de Obras Raras.

Incentivado pelo pai, José Maria da Luz, e pelos tios, Jacinto José da Luz e João Pinto da Luz, Francisco Carlos lança a sua primeira candidatura para a Câmara dos Deputados e fica como suplente. Porém, antes de terminada a legislatura, assume cadeira na Casa Legislativa.

Na segunda eleição, seus ascendentes, líderes do Partido Conservador em Santa Catarina, encaram o embate eleitoral como verdadeiro desafio e lançam como candidatos o capitão Francisco Carlos da Luz e o almirante Jesuíno Lamego da Costa. Saem ambos vitoriosos e Francisco Carlos da Luz se reelege para a Câmara Legislativa do Império, juntamente com o almirante Lamego.

Colaboração durante a Guerra do Paraguai

Em 27 de outubro de 1868 foi promovido a major e, com o advento da Guerra do Paraguai, o exército convoca-o para a importante missão, obrigando-o a deixar as atividades legislativas para assumir a direção do Arsenal de Guerra no Rio de Janeiro.

Serviços prestados ao país após a guerra

Terminado o conflito militar, Francisco Carlos retornou aos trabalhos parlamentares, sobressaindo por ter solucionado o problema dos limites territoriais entre as províncias do Paraná e de Santa Catarina.

Obra de Eduardo De Martino de 1893 sobre os primeiros bombardeamentos no contexto da Revolta da Armada (Rio de Janeiro).

Francisco Carlos foi promovido a tenente-coronel, em 14 de junho de 1881, e a coronel graduado, em 31 de outubro de 1885.

Regente de cadeira na Escola Superior de Guerra, Francisco Carlos ainda comandou a Escola Militar, onde se formara.

Quando explodiu a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro, Francisco Carlos exercia o comando-geral da arma de Artilharia do Exército Brasileiro. Fiel ao governo republicano, coube-lhe a responsabilidade de defender a capital federal e rechaçar os navios revoltosos.

Atingiu o posto de marechal, o mais elevado na hierarquia do exército, e somente se reformou quando alcançado pela compulsória. Foi agraciado com diversas comendas e condecorações do governo brasileiro, bem como de governos de outros países.

Contribuições científicas e na imprensa

Francisco Carlos da Luz foi figura de valor no universo intelectual brasileiro, como autor de diversas obras literárias e de cunho técnico. Mais tarde, após deixar o serviço ativo do Exército, passou a prestar contribuição de relevo à imprensa, escrevendo artigos de fundo político que foram publicados pelo Jornal do Commercio, editado no Rio de Janeiro. As matérias de sua autoria eram assinadas sob o pseudônimo de M.R.(Marechal Reformado).

Vida familiar

Tendo se consorciado a 9 de junho de 1855 com Maria Bárbara de Moraes Âncora (1826-1905), filha do engenheiro militar Firmino Herculano de Morais Âncora com Francisca Ludovina de Gusmão Lobo, Francisco Carlos deixou quatro descendentes, dentre os quais duas filhas, sendo avô de Edmundo da Luz Pinto, um dos mais representativos dentre os parentes e colaboradores de Hercílio Luz, governador de Santa Catarina.

Com o falecimento de um de seus filhos em idade ainda jovem, o engenheiro Francisco Carlos Ancora da Luz (1858-1888), o qual fora casado com sua prima Maria Luiza de Morais Ancora, o marechal ajudou na educação dos netos durante o final de sua vida na cidade do Rio de Janeiro, dentre os quais pode-se mencionar o Oficial de Marinha Francisco Âncora da Luz.

Falecimento

Francisco Carlos faleceu no Rio de Janeiro, em 1906. De acordo com os relatos de alguns de seus descendentes, o óbito teria ocorrido na mesa de uma cirurgia.

É em sua homenagem o nome do Forte Marechal Luz, situado no Município catarinense de São Francisco do Sul.

Referências

  1. Meirinho, Jali: Datas Históricas de Santa Catarina – 1500/2000. Florianópolis : Insular, Editora da UFSC, 2000.

Bibliografia


Precedido por
ACL - patrono da cadeira 11
Sucedido por
Edmundo da Luz Pinto
(fundador)
  • v
  • d
  • e
Academia Real Militar (1811–1822)
Imperial Academia Militar (1823–1831)
Academia Militar da Corte (1832–1838)
Escola Militar (1839–1857)
Escola de Aplicação do Exército (1855–1858)
Escola Central (1858–1866)
Escola Militar (1860–1879)
Escola Militar da Corte (1881–1888)
Escola Militar da Capital Federal (1889–1897)
Escola Militar do Brasil (1898–1904)
Escola de Guerra (1906–1911)
  • Carlos Augusto Campos
  • Oscar de Oliveira Miranda
  • Agrícola Ewerton Pinto
Escola Militar do Realengo (1912–1944)
Escola Militar de Resende (1944–1951)
Academia Militar das Agulhas Negras
(1951–atualmente)
  • v
  • d
  • e
Cadeiras 1 a 10

1: (Álvaro de Carvalho): Clementino Fausto Barcelos de Brito Arnaldo Silveira Brandão Edy Leopoldo Tremel
2: (Antero dos Reis Dutra): Laércio Caldeira de Andrada Silveira Júnior Urda Alice Klueger
3: (Carlos de Faria): Alfredo Filipe da Luz Paulo Lago Moacir Pereira
4: (Cláudio Luís da Costa): Luís Antônio Ferreira Gualberto Carlos da Costa Pereira José Ferreira da Silva • João Alfredo Medeiros Vieira
5: (Crispim Mira): Leopoldo de Dinis Martins Júnior Teobaldo Costa Jamundá Francisco José Pereira Deonísio da Silva
6: (Duarte Mendes de Sampaio): João Nepomuceno Manfredo Leite Paulo Gonçalves Weber Vieira da Rosa Hugo Mund Júnior
7: (Duarte Paranhos Schutel): Juvêncio de Araújo Figueiredo Francisco de Oliveira e Silva Raulino Reitz Leatrice Moellmann Kátia Rebello
8: (Eduardo Duarte Silva): Marcos Konder Vítor Konder Carlos Gomes de Oliveira Polidoro Ernani de São Tiago Sílvio Coelho dos Santos Mário Pereira • Apolinário Ternes
9: (Feliciano Nunes Pires): Anfilóquio de Carvalho Gonçalves Ivens Bastos de Araújo Martinho José Calado Júnior João Nicolau Carvalho vaga
10: (Francisco Antônio Castorino de Farias): Delminda Silveira Castorina Lobo de São Tiago Júlio de Queiroz Godofredo de Oliveira Neto

Brasão da ACL
Cadeira 11 a 20

11: (Francisco Carlos da Luz): Edmundo da Luz Pinto Henrique Stodieck Glauco Rodrigues Correia Hoyêdo de Gouvêa Lins • Olsen Júnior
12: (Francisco Pedro da Cunha): Heitor Pinto da Luz e Silva Holdemar Menezes 13: (Francisco Tolentino): Tito Carvalho José Artulino Besen
14: (Gustavo de Lacerda): Silveira Lenzi José Isaac Pilati
15: (Cruz e Sousa): Othon da Gama Lobo d'Eça Celestino Sachet
16: (João Justino Proença): Horácio Serapião de Carvalho Alcides Abreu Laerte Tavares
17: (Jerônimo Coelho): José Arthur Boiteux Osvaldo Rodrigues Cabral Carlos Humberto Pederneiras Corrêa Gilberto Gerlach Vaga
18: (João Silveira de Sousa): Henrique Fontes José Curi
19: (Joaquim Antônio de São Tiago): Arnaldo Claro São Tiago Arthur Pereira e Oliveira 20: (Joaquim Augusto do Livramento): Fúlvio Aducci Custódio Francisco de Campos Vítor Antônio Peluso Júnior Osvaldo Ferreira de Melo

Cadeira 21 a 30

21: (Joaquim Gomes de Oliveira e Paiva): Joe Collaço Evaldo Pauli 22: (Jonas de Oliveira Ramos): Nereu Ramos Joaquim Domingues de Oliveira Luís Gallotti Konder Reis 23: (José Cândido de Lacerda Coutinho): Altino Corsino da Silva Flores Flávio José Cardozo
24: (José Johanny) Francisco Barreiros Filho Liberato Manuel Pinheiro Neto
25: (Juvêncio Martins Costa): Amaro Seixas Ribeiro Neto Paschoal Apóstolo Pítsica Jair Francisco Hamms Carlos Ronald Schmidt 26: (Lauro Müller): Adolfo Konder Sylvia Amelia Carneiro da Cunha Lélia Pereira da Silva Nunes
27: (Luís Delfino): João Batista Crespo Pedro Bertolino
28: (Lídio Martins Barbosa): Osvaldo Melo Péricles Prade
29: (Liberato Bittencourt): Edmundo Acácio Soares Moreira Napoleão Xavier do Amarante
30: (Manuel Joaquim de Almeida Coelho): Lucas Alexandre Boiteux Jaldyr Bhering Faustino da Silva Jali Meirinho

Cadeiras 31 a 40

31: (Manuel José de Sousa França): Henrique Boiteux Walter Piazza João José Leal
32: (Manuel dos Santos Lostada): Gustavo Neves Lauro Junkes 33: (Manuel da Silva Mafra): Gil Costa Renato de Medeiros Barbosa Silveira de Souza vaga
34: (Marcelino Antônio Dutra): Ogê Mannebach • Osvaldo Della Giustina
35: (Martinho José Calado e Silva): Haroldo Genésio Calado Lídio Martinho Calado Rodrigo de Haro vaga
36: (Oscar Rosas): José dos Santos de Dinis Martins Iaponan Soares 37: (Polidoro Olavo de São Tiago): Ivo d'Aquino Licurgo Costa Artemio Zanon
38: (Roberto Trompowski): Maura de Senna Pereira Salomão Ribas Júnior
39: (Sebastião Catão Calado): Carlos José da Mota de Azevedo Correia Almiro Caldeira de Andrada Gilberto Callado de Oliveira
40: (Virgílio Várzea): Nereu Correia Norberto Ungaretti


Controle de autoridade