Álvaro Augusto de Carvalho

Álvaro de Carvalho
Álvaro Augusto de Carvalho
O então 1º tenente Álvaro Augusto de Carvalho, comandante do vapor Ipiranga, morto na Guerra do Paraguai.
Nascimento 1 de março de 1829
Bandeira de Santa Catarina Desterro, Santa Catarina, Bandeira do Império do Brasil Império do Brasil
Morte 5 de setembro de 1865 (36 anos)
Bandeira da Argentina Buenos Aires
Nacionalidade Brasileiro
Progenitores Mãe: Florinda Luiza de Carvalho
Pai: Luís José de Carvalho
Ocupação Dramaturgo, primeiro-tenente

Álvaro Augusto de Carvalho (Desterro, 1 de março de 1829 — Buenos Aires, 5 de setembro de 1865) foi um dramaturgo brasileiro e primeiro-tenente da Armada Imperial Brasileira.

Vida

Álvaro Augusto de Carvalho nasceu na cidade de Florianópolis, atual capital do estado de Santa Catarina, em 1o de março de 1829. Filho de Luís José de Carvalho e Florentina Luiza de Carvalho, desde muito jovem, em sua cidade natal, já demonstrava o seu fascínio pelo mar. No firme propósito de integrar as fileiras da Marinha, seguiu para o Rio de Janeiro com o objetivo de matricular-se na Academia de Marinha, onde foi admitido.

No ano de 1847, iniciou a sua carreira naval como Praça Aspirante a Guarda-marinha. Promovido ao posto de Guarda-marinha, em 1849, foi designado para seu primeiro embarque, na Corveta Bertioga, embarcando em sequência na Corveta Bahiana e no Brigue Cearense. Promovido ao posto de Segundo-tenente, foi designado para aquele que seria seu primeiro comando, ainda que interino, no Vapor Maracanã. Na trajetória da sua carreira, dada sua vivacidade e inteligência, além do efusivo interesse pelos registros de fatos e episódios, sempre se destacou academicamente e desenvolveu habilidades voltadas à dramaturgia.

Em paralelo à carreira militar, escrevia e acompanhava o cenário cultural de sua cidade natal. O primeiro texto, como teatrólogo, foi “O Pescador Pedro Martelli”, de 1853, drama em quatro atos e um prólogo que foi editado dois anos depois pela Tipografia Catarinense. Consagrado como o primeiro dramaturgo catarinense, deixou obras para posteridade. Na Academia Catarinense de Letras, da qual é patrono, a cadeira nº 1 foi criada em sua homenagem. Dentre suas peças encenadas no Desterro, estão O Pescador Pedro Martelli e Uma Moça de Juízo.

O Primeiro-tenente Álvaro Augusto de Carvalho, em 16 de fevereiro de 1865, assumiu o Comando daquele que seria o seu derradeiro navio, a Canhoneira Ipiranga, haja vista sua morte, no dia 5 de setembro desse ano, em Buenos Aires. Acometido pela febre tifóide antes da Batalha do Passo de Cuevas, da qual ainda chegou a tomar parte, não pereceu em combate. Febril e abatido, no momento da passagem de Cuevas, na Guerra do Paraguai, fez-se, contrariando os subalternos, transportar-se numa cadeira até o convés, de onde assistiu e comandou impavidamente todo o combate. Na época, o tifo era incurável e interrompeu não somente sua participação no conflito, mas também sua trajetória na Marinha e sua contribuição para as atividades cênicas na cidade de Florianópolis.

Em retribuição ao eminente militar e dramaturgo, em 1894, o governo do estado de Santa Catarina deu seu nome ao então chamado Teatro Santa Isabel, inaugurado em 1875, no centro da capital catarinense. Os restos mortais de Álvaro nunca foram localizados em Buenos Aires,[1][2] impossibilitando sua transferência para Florianópolis.

Carreira

  • Praça de Aspirante a Guarda-marinha: 2 de março de 1847
  • Guarda-marinha: 17 de dezembro de 1849
  • Segundo-tenente:30 de abril de 1852
  • Primeiro-tenente: 2 de dezembro de 1856
Episódios do dia 13 de junho de 1865. Combate Naval de Riachuelo. Os vapores Ypiranga (com Álvaro Augusto de Carvalho), Vapor Mearim (com Barbosa), Vapor Araguari (com Hoonholtz) e Vapor Iguatemi (com Coimbra), trabalhando em desencalhar o Jequitinhonha. Por Fleiuss (1865).

Comandos e Direções

  • Vapor Maracanã
  • Brigue Fidelidade
  • Vapor Urussui
  • Iate Capibaribe
  • Canhoneira Ipiranga

Comissões

  • Corveta Paraense
  • Corveta Bertioga
  • Corveta Baiana
  • Brigue Cearense
  • Patacho Desterro
  • Brigue Calíope
  • Patacho Pavuna
  • Vapor Pedro II
  • Brigue-Escuna Xingu
  • Vapor Maracanã
  • Corveta Magé
  • Companhia de Aprendizes-Marinheiros de Santa Catarina
  • Canhoneira Iguatemi
  • Patacho Thereza
  • Vapor Recife
  • Fragata Constituição
Combate Naval do Riachuelo, 1882-83. Acervo do Museu Histórico Nacional. Cópia da obra de Victor Meirelles feita por Oscar Pereira da Silva.

Academia Catarinense de Letras (ACL)

É patrono da cadeira 1,[2] criada em sua homenagem, da Academia Catarinense de Letras, (ou cd.17 da Academia Catarinense de Letras e Artes[1])

Obras

  • Pedro Martelli ou O Conde de Castellamar (1853)
  • Uma Moça de Juízo
  • Raimundo

Representações na cultura

O Teatro Álvaro de Carvalho é denominado em comemoração a seu nome,[3] assim como a rua Álvaro de Carvalho, ambos em Florianópolis.

Referências

  1. a b «ÁLVARO DE CARVALHO». acla.org.br. Consultado em 14 de março de 2018 
  2. a b «Há 150 anos, em Buenos Aires, morria Álvaro de Carvalho, o primeiro dramaturgo catarinense» 
  3. Histórico TAC Arquivado em 12 de março de 2018, no Wayback Machine., Acessado em 11 de março de 2018

Bibliografia

  • Cabral, Oswaldo Rodrigues: Nossa Senhora do Desterro. Volume 2: Memória. Florianópolis : Lunardelli, 1979, páginas 515-7.

Ligações externas

  • Canhoneira Ipiranga


Precedido por
ACL - patrono da cadeira 1
Sucedido por
Clementino Fausto Barcelos de Brito
(fundador)


  • v
  • d
  • e
Cadeiras 1 a 10

1: (Álvaro de Carvalho): Clementino Fausto Barcelos de Brito Arnaldo Silveira Brandão Edy Leopoldo Tremel
2: (Antero dos Reis Dutra): Laércio Caldeira de Andrada Silveira Júnior Urda Alice Klueger
3: (Carlos de Faria): Alfredo Filipe da Luz Paulo Lago Moacir Pereira
4: (Cláudio Luís da Costa): Luís Antônio Ferreira Gualberto Carlos da Costa Pereira José Ferreira da Silva • João Alfredo Medeiros Vieira
5: (Crispim Mira): Leopoldo de Dinis Martins Júnior Teobaldo Costa Jamundá Francisco José Pereira Deonísio da Silva
6: (Duarte Mendes de Sampaio): João Nepomuceno Manfredo Leite Paulo Gonçalves Weber Vieira da Rosa Hugo Mund Júnior
7: (Duarte Paranhos Schutel): Juvêncio de Araújo Figueiredo Francisco de Oliveira e Silva Raulino Reitz Leatrice Moellmann Kátia Rebello
8: (Eduardo Duarte Silva): Marcos Konder Vítor Konder Carlos Gomes de Oliveira Polidoro Ernani de São Tiago Sílvio Coelho dos Santos Mário Pereira • Apolinário Ternes
9: (Feliciano Nunes Pires): Anfilóquio de Carvalho Gonçalves Ivens Bastos de Araújo Martinho José Calado Júnior João Nicolau Carvalho vaga
10: (Francisco Antônio Castorino de Farias): Delminda Silveira Castorina Lobo de São Tiago Júlio de Queiroz Godofredo de Oliveira Neto

Brasão da ACL
Cadeira 11 a 20

11: (Francisco Carlos da Luz): Edmundo da Luz Pinto Henrique Stodieck Glauco Rodrigues Correia Hoyêdo de Gouvêa Lins • Olsen Júnior
12: (Francisco Pedro da Cunha): Heitor Pinto da Luz e Silva Holdemar Menezes 13: (Francisco Tolentino): Tito Carvalho José Artulino Besen
14: (Gustavo de Lacerda): Silveira Lenzi José Isaac Pilati
15: (Cruz e Sousa): Othon da Gama Lobo d'Eça Celestino Sachet
16: (João Justino Proença): Horácio Serapião de Carvalho Alcides Abreu Laerte Tavares
17: (Jerônimo Coelho): José Arthur Boiteux Osvaldo Rodrigues Cabral Carlos Humberto Pederneiras Corrêa Gilberto Gerlach Vaga
18: (João Silveira de Sousa): Henrique Fontes José Curi
19: (Joaquim Antônio de São Tiago): Arnaldo Claro São Tiago Arthur Pereira e Oliveira 20: (Joaquim Augusto do Livramento): Fúlvio Aducci Custódio Francisco de Campos Vítor Antônio Peluso Júnior Osvaldo Ferreira de Melo

Cadeira 21 a 30

21: (Joaquim Gomes de Oliveira e Paiva): Joe Collaço Evaldo Pauli 22: (Jonas de Oliveira Ramos): Nereu Ramos Joaquim Domingues de Oliveira Luís Gallotti Konder Reis 23: (José Cândido de Lacerda Coutinho): Altino Corsino da Silva Flores Flávio José Cardozo
24: (José Johanny) Francisco Barreiros Filho Liberato Manuel Pinheiro Neto
25: (Juvêncio Martins Costa): Amaro Seixas Ribeiro Neto Paschoal Apóstolo Pítsica Jair Francisco Hamms Carlos Ronald Schmidt 26: (Lauro Müller): Adolfo Konder Sylvia Amelia Carneiro da Cunha Lélia Pereira da Silva Nunes
27: (Luís Delfino): João Batista Crespo Pedro Bertolino
28: (Lídio Martins Barbosa): Osvaldo Melo Péricles Prade
29: (Liberato Bittencourt): Edmundo Acácio Soares Moreira Napoleão Xavier do Amarante
30: (Manuel Joaquim de Almeida Coelho): Lucas Alexandre Boiteux Jaldyr Bhering Faustino da Silva Jali Meirinho

Cadeiras 31 a 40

31: (Manuel José de Sousa França): Henrique Boiteux Walter Piazza João José Leal
32: (Manuel dos Santos Lostada): Gustavo Neves Lauro Junkes 33: (Manuel da Silva Mafra): Gil Costa Renato de Medeiros Barbosa Silveira de Souza vaga
34: (Marcelino Antônio Dutra): Ogê Mannebach • Osvaldo Della Giustina
35: (Martinho José Calado e Silva): Haroldo Genésio Calado Lídio Martinho Calado Rodrigo de Haro vaga
36: (Oscar Rosas): José dos Santos de Dinis Martins Iaponan Soares 37: (Polidoro Olavo de São Tiago): Ivo d'Aquino Licurgo Costa Artemio Zanon
38: (Roberto Trompowski): Maura de Senna Pereira Salomão Ribas Júnior
39: (Sebastião Catão Calado): Carlos José da Mota de Azevedo Correia Almiro Caldeira de Andrada Gilberto Callado de Oliveira
40: (Virgílio Várzea): Nereu Correia Norberto Ungaretti

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