Batalha do Passaleão

Batalha do Passaleão

Fotografia de 1842 que mostra a divisão de Macau e da China, pelas Portas do Cerco
Data 25 de agosto de 1849
Local Passaleão, ilha de Anção, Cantão
Desfecho vitória portuguesa
Beligerantes
Portugal Portugal China
Comandantes
Vicente Nicolau de Mesquita Xu Guangjin
Forças
36 homens
1 obus
400 homens
20 canhões
Baixas
1 ferido 20 mortes
Campanhas coloniais portuguesas
Conflitos prolongados mostrados em negrito
Data  Região 
1415 Ceuta
1437 Marrocos
1458 Marrocos
1468 Marrocos
1471 Marrocos
1478 Guiné
1487 Marrocos
1490 Marrocos
1501–02 Índia
1502 Índia
1503 Índia
1504 Índia
1506 Índia
1507 África Oriental
1507 Hormuz
1508 Índia
1509 Índia
1510 Índia
1511 Malaca
1514 Marrocos
1515 Marrocos
1517 India
1521 China
1522 China
1523 Arábia
1526 Índia
1531 Índia
1538 Índia
1541 Mar Vermelho
1541 Mar Vermelho
1542 África Oriental
1546 Índia
1548 Arábia
1551 Arábia
1552–54 Arábia
1553 Golfo Pérsico
1558 Brasil
1559 Índia
1561 Japão
1562 Marrocos
1567 Brasil
1568 Malaca
1569 Achém
1570–75 Índia
1580–83 Oceano Atlântico
1580–89 Oceano Índico
1581 Damão
1587 Jor
1601 Java
1606 Malaca
1606 (ago) Malaca
1612 Índia
1614 Brasil
1619 Ceilão
1622 China
1622 Angola
Data  Região 
1624 Brasil
1625 Pérsia
1625 Brasil
1625 Costa do Ouro
1629 Malaca
1630 Brasil
1631 Brasil
1638-39 Índia
1671 Angola
1637 Costa do Ouro
1638 Índia
1638 Brasil
1639 Índia
1640 Brasil
1640–41 Malaca
1645 Brasil
1647 Angola
1648 Brasil
1648 Angola
1649 Brasil
1652–54 Brasil
1654 (mar) Ceilão
1654 (mai) Ceilão
1665 Angola
1670 (jun) Angola
1670 (out) Angola
1696–98 Mombaça
1710 Brasil
1711 Brasil
1729-32 Índia
1735–37 Banda Oriental
1752 Índia
1756 América do Sul
1761–63 América do Sul
1762–63 Sacramento
1768-69 Angola
1774-78 Angola
1776–77 América do Sul
1809 Guiana Francesa
1816–20 Banda Oriental
1821–23 Brasil
1846 China
1849 China
1850-62 Angola
1855-74 Angola
1890–1904 Angola
1907 Angola
1914–15 Angola
1917–18 Moçambique
1954 Índia
1961 Índia
1961–74 África
• 1961–74 Angola
• 1963–74 Guiné-Bissau
• 1964–74 Moçambique

A Batalha do Passaleão (Pak Shan Lan 白沙岭 [a] ou Baishaling), foi um conflito ocorrido entre o Reino de Portugal e a Dinastia Qing no território de Macau em agosto de 1849. Os chineses foram derrotados no único confronto militar, mas os portugueses suspenderam novas medidas punitivas depois que uma explosão naval matou cerca de duzentos marinheiros.

Mudanças na política portuguesa

O comandante João Maria Ferreira do Amaral adotou uma postura de confronto em relação aos chineses, como aconteceu na Revolta dos Faitiões em outubro de 1846. No início de 1849, ele propôs estender uma estrada das muralhas da cidade até a fronteira chinesa. Isso exigiu a realocação de alguns túmulos chineses. E então, ordenou que os residentes chineses dentro dos muros pagassem impostos às autoridades portuguesas e não mais aos mandarins imperiais.[2]

Amaral também controlou de forma mais estrita o tráfego das lorchas e tentou impedir os mandarins de cobrarem as taxas habituais do povo tanca que vivia nos barcos do porto, visto que Macau era um porto franco. Os mandarins mantinham duas alfândegas,[b] uma na Praia Pequena e a outra na Praia Grande. Estes recusaram-se a fechá-las a pedido de Amaral, pelo que a 5 de março ele as proclamou encerradas. Os mandarins não haviam partido, e no dia 13 de março, foram expulsos à força. Amaral informou aos mandarins de Anção que se algum dia visitassem Macau seriam recebidos como estrangeiros dignitários.[3]

Com todas essas mudanças, os mandarins e o Estado chinês perderam receitas significativas. Os habitantes chineses de Macau ficaram taxados. Havia cartazes que ofertavam uma recompensa pela cabeça de Amaral em Cantão.[2] Na tarde do dia 22 de Agosto de 1849, Ferreira do Amaral saiu para um passeio a cavalo, acompanhado pelo seu ajudante de ordens Jerónimo Pereira Leite, passou as Portas do Cerco e foi atacado por um grupo de chineses que o mataram à cutilada. O governador, no entanto, tinha alcançado o seu objetivo da independência macaense da China: para as legações de Espanha, do Reino Unido e dos Estados Unidos estabelecidas na China optaram por ficar em Macau enquanto aguardam autorização para entrar na China.[3]

Batalha de 25 de agosto

Na sequência do assassinato, sentindo a fraqueza portuguesa, os chineses moveram as tropas para mais perto da cidade. Em 25 de agosto, os canhões do forte imperial de Latashi (拉塔石), conhecido pelos portugueses como Passaleão, [4] cerca de uma milha ao norte da cidade, abriram fogo contra as muralhas de Macau.[2] Com cerca de 400 homens e 20 canhões, os chineses superavam em muito o número e as armas da guarnição portuguesa. Nesta situação, Vicente Nicolau de Mesquita, um subtenente da artilharia, ofereceu-se para liderar um ataque a Baishaling com uma companhia de cerca de trinta e seis homens e um obus. Um português ficou ferido e cerca de 15 chineses foram mortos. [5]

Pintura a aquarela de soldados portugueses em Baishaling de Alexandrino António de Melo


Notas e referências

Notas

  1. "Pak Shan Lan", "Pak-sa-leang" ou "Pac-sa-leong (白沙岭) " são representações da pronúncia cantonesa de 白沙岭, do mandarim "Baishaling". Segundo Carlos Augusto Montalto, os portugueses designaram a ameia Passaleão.[1] O nome atual da colina onde as ruínas do forte estão localizadas é Paotaishan (em chinês: 炮台山). Atualmente Baishaling (白沙岭) é um tergo que fica a vários quilómetros ao norte de Paotaishan.
  2. O termo em chinês mais utilizado é hoppo.
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Passaleão incident», especificamente desta versão.

Referências

  1. Montalto de Jesus 1902, p. 292.
  2. a b c Garrett 2010, pp. 70–74.
  3. a b Ride, Ride & Wordie 1999, pp. 64–73.
  4. Fei 1996, p. 242.
  5. Montalto de Jesus 1894, p. 158.

Bibliografia

  • Fei, Chengkang (1996). Macao: 400 years (em inglês). Xangai: Editora da Academia de Ciências Sociais de Xangai 
  • Forjaz, Jorge (1996). Famílias Macaenses. Macau: Instituto Português do Oriente. ISBN 972-9440-60-3 
  • Garrett, Richard J. (2010). The Defences of Macau: Forts, Ships and Weapons over 450 Years (em inglês). Hong Kong: Hong Kong University Press 
  • Montalto de Jesus, Carlos Augusto (1894). «Macao's Deeds of Arms» (PDF). The China Review (em inglês). 21 (3). Hong Kong: China Mail Office. p. 158 
  • Montalto de Jesus, Carlos Augusto (1902). Historic Macao (em inglês). Hong Kong: Kelly & Walsh 
  • Ride, Lindsay; Ride, May; Wordie, Jason (1999). The Voices of Macao Stones (PDF) (em inglês). Hong Kong: Hong Kong University Press 
  • Teixeira, Manuel (1958). Vicente Nicolau de Mesquita II ed. Macau: Tipografia Soi Sang 
  • Portal da guerra
  • Portal de Macau
  • Portal da China
  • Portal de Portugal
Ícone de esboço Este artigo sobre um conflito armado é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.