Zonas de segurança das Nações Unidas na Bósnia

As Zonas de Segurança das Nações Unidas ou Áreas de Segurança das Nações Unidas na Bósnia (em inglês: United Nations Safe Areas) foram corredores humanitários estabelecidos em 1993 no território da Bósnia e Herzegovina, durante a Guerra da Bósnia, por várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.[1]

Em 16 de abril de 1993, com a Resolução 819 do Conselho de Segurança das Nações Unidas o enclave de Srebrenica foi declarado uma "área segura". Em 6 de maio de 1993, Resolução 824 do Conselho de Segurança das Nações Unidas ampliou ainda mais o estatuto para Sarajevo, Žepa, Goražde, Tuzla e Bihać. Essas cidades e territórios foram colocados sob a proteção de unidades de manutenção da paz das Nações Unidas, a UNPROFOR.[2]

A criação dessas zonas de segurança é considerada hoje uma das decisões mais controversas da Organização das Nações Unidas. A resolução foi clara sobre o processo pelo qual essas áreas de segurança deveriam ser protegidas em uma zona de guerra como a Bósnia e Herzegovina. A resolução criou uma situação difícil porque as diplomacias dos Estados-membros que votaram a favor, por motivos políticos, não estavam dispostos a tomar as medidas necessárias para garantir a segurança das áreas de segurança.[1][2]

Em 1995, a situação nas áreas de segurança da ONU se deteriorou, o que levou a uma crise diplomática que culminou no massacre de Srebrenica, uma das piores atrocidades ocorridas na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. As resoluções 819 e 836 da ONU designaram Srebrenica como "área segura", a ser protegida usando "todos os meios necessários, incluindo o uso da força".[3] Os contínuos ataques das Nações Unidas sobre as zonas de segurança, bem como o cerco de Sarajevo, acabaram por resultar na intervenção da OTAN na Bósnia e Herzegovina chamada de Operação Força Deliberada.

Até o final da guerra, todas as áreas de segurança foram atacadas pelos sérvios, e Srbrenica e Zepa foram conquistadas.

Referências

  1. a b Srebrenica: A U.N. 'Safe Haven' That Soon Was Not, The New York Times, 29 de outubro de 1995
  2. a b Bosnia's 'Safe Areas': West sets the stage for a human tragedy: The creation of UN 'safe' refugee zones proceeds apace. In these disease-ridden camps thousands of orphaned Muslim children, with no hope for the future, will turn to crime or terrorism, The Independent, 08 June 1993
  3. «Massacre na Bósnia em 95 derruba governo holandês». Folha de S.Paulo. 17 de abril de 2002 

Bibliografia

  • Annette Simon: UN-Schutzzonen - ein Schutzinstrument für verfolgte Personen?, Springer, 2005, ISBN 3540281053