Wisława Szymborska

Wisława Szymborska
Maria Wisława Anna Szymborska
Wisława Szymborska
Nascimento 2 de julho de 1923
Kórnik, Segunda República Polonesa
Morte 1 de fevereiro de 2012 (88 anos)
Cracóvia, Polônia
Nacionalidade polonesa
Cônjuge Robert Burns Peattie
Alma mater Universidade Jaguelônica
Ocupação escritora
Prémios
Gênero literário não ficção e fantasia
Magnum opus Paisagem com grão de areia

Wisława Szymborska (nascida Maria Wisława Anna Szymborska; Kórnik, 2 de julho de 1923Cracóvia, 1 de fevereiro de 2012) foi uma escritora polonesa ganhadora do Prémio Nobel de literatura em 1996.[1]

Poeta, crítica literária e tradutora, viveu em Cracóvia. Sua extensa obra, traduzida em 36 línguas, foi caracterizada pela Academia de Estocolmo como "uma poesia que, com precisão irônica, permite que o contexto histórico e biológico se manifeste em fragmentos da realidade humana", tendo sido definida como "o Mozart da poesia".[2] É a poeta polonesa mais traduzida no exterior.[3]

Biografia

Szymborska nasceu em 1923, em Kórnik, na Polônia. Era filha de Vincent Szymborski, feitor da propriedade do conde Władysław Zamoyski, e de Anna Maria Rottermund. Os pais dela mudaram-se para Zakopane em janeiro de 1923 por causa da organização dos bens locais do conde Zamoyski. Depois da morte do conde em 1924, a família Szymborski mudou-se para Toruń, onde Wisława frequentou a escola.[4]

Quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu, Wisława continuou a estudar com aulas clandestinas e começou a trabalhar em uma ferrovia de modo a impedir sua deportação para o território do Terceiro Reich. Ao mesmo tempo, começou também a criar as primeiras ilustrações para livros (um manual para estudar inglês) e deu os primeiros passos na literatura (escrevia contos e, às vezes, poemas). Com o fim da guerra, a partir de 1945, começou a constituir uma parte importante na vida literária de Cracóvia e pertenceu ao grupo literário "Ao contrário". Neste mesmo ano começou a sua formação em Filologia Polaca na Universidade Jaguelônica, mas a seguir, mudou para Sociologia.[4]

Devido à sua situação financeira, não terminou os estudos. Três anos depois casou-se com o poeta Adam Włodek, com quem continuou a sua vida em Cracóvia. Viria a divorciar-se em 1954. Diz-se que o clima desta cidade e o ambiente único tiveram uma grande influência na produção literária. Desde 1957, passou a colaborar com a revista "Kultura" (revista literária e politica publicada em Paris por emigrantes polacos) e estabeleceu contato com Jerzy Giedroyc. Até 1966 foi membro do Partido Comunista. Em 1975 assinou uma carta de protesto, a Carta dos 59 (carta assinada por 66 intelectuais polacos, no início 59, e daí o nome) em que os principais intelectuais da Polônia protestaram contra uma mudança na Constituição (sobre uma aliança com a União Soviética).

Morte

Szymborska morreu em 1 de fevereiro de 2012, aos 88 anos, enquanto dormia em sua casa, em Cracóvia.[5][6]

Obra

Publicou as suas primeiras obras num jornal de Cracóvia, o "Dziennik Polski", e, em seguida, nos jornais "Walce" e "Pokolenia". Em 1949 tentou publicar o seu primeiro tomo de poesia "Os poemas", mas a censura da República Popular da Polônia declarou que essa poesia "não cumpria os requisitos socialistas". Três anos depois, estreou-se com um conjunto titulado "Por isso, vivemos".[5]

Crítica

É criticada por sua atitude em relação aos primeiros anos da República Popular da Polônia. Durante o estalinismo, foi ligada aos "Pryszczaci" (Borbulhentos), um grupo de jovens escritores polacos dos finais da década de 1940 e início da de 1950, propagadores do realismo socialista. Eles achavam que o principal objetivo da literatura era apoiar o poder em impor o regime comunista à sociedade polaca.[5]

Poesia

  • Dlatego żyjemy (Por isso vivemos, 1952)
  • Pytania zadawane sobie (Perguntas que me faço, 1954)
  • Wołanie do Yeti (Chamado por Yeti, 1957)
  • Sól (Sal, 1962)
  • Sto pociech (Muito divertido, 1967)
  • Wszelki wypadek (Todo o caso, 1972)
  • Wielka liczba (Um grande número, 1976)
  • Ludzie na moście (Gente na ponte, 1986)
  • Koniec i początek (Fim e começo, 1993)
  • Chwila (Instante, 2002)
  • Dwukropek (Dois pontos, 2006)
  • Tutaj (Aqui, 2009)
  • Wystarczy (Chega, 2012)

Outros

  • Rymowanki dla dużych dzieci (Riminhas para crianças grandes, 2005)

Livros publicados no Brasil

  • Poemas (Companhia das Letras, 2011):
    • 44 poesias extraídas de Chamado por Yeti, Sal, Muito divertido, Todo o caso, Um grande número, Gente na ponte, Fim e começo e Instante.
  • Um amor feliz (Companhia das Letras, 2016):
    • 85 poesias extraídas de Chamado por Yeti, Sal, Muito divertido, Todo o caso, Um grande número, Gente na ponte, Fim e começo, Instante, Dois pontos, Aqui e Chega.
  • Para o meu coração num domingo (Companhia das Letras, 2020):
    • 85 poesias extraídas de Chamado por Yeti, Sal, Muito divertido, Todo o caso, Um grande número, Gente na ponte, Fim e começo, Instante, Dois pontos, Aqui e Chega.
  • Riminhas para crianças grandes (Âyiné, 2020)

Referências

  1. «The Nobel Prize in Literature 1996». Nobel Prize. 7 de outubro de 2010. Consultado em 19 de maio de 2022 
  2. Wisława Szymborska (ed.). «Some Like Poetry». Poet Seers. Consultado em 19 de maio de 2022 
  3. «I Don't Know: The Nobel lecture». The New Republic. 30 de dezembro de 1996. Consultado em 19 de maio de 2022 
  4. a b «Nobel Prize-winning poet Szymborska dies aged 88». France24. 1 de fevereiro de 2012. Consultado em 19 de maio de 2022 
  5. a b c Raymond H. Anderson, ed. (1 de fevereiro de 2012). «Wislawa Szymborska, Nobel-Winning Polish Poet, Dies at 88». The New York Times. Consultado em 19 de maio de 2022 
  6. «Polish Nobel winning poet Szymborska dies at 88». Reuters. 1 de fevereiro de 2012. Consultado em 19 de maio de 2022 

Bibliografia

  • SZYMBORSKA, Wislawa. Poemas. Tradutora: Regina Przybycien. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
  • ______. Um amor feliz. Tradutora: Regina Przybycien. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.
  • ______. Para o meu coração num domingo. Tradutores: Regina Przybycien; Gabriel Borowski. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
  • ______. Riminhas para crianças grandes. Tradutora: Eneida Favre. São Paulo: Âyiné, 2020.
  • BIKONT, Anna; SZCZĘSNA, Joanna. Quinquilharias e recordações. Tradutora: Eneida Favre. São Paulo: Âyiné, 2020.

Ligações externas

Media relacionados com Wisława Szymborska no Wikimedia Commons

  • O Wikiquote possui citações de ou sobre: Wisława Szymborska
  • Wisława Szymborska (em inglês) no Find a Grave
  • Wislawa Szymborska: incluindo biografia e discurso no recebimento do Prêmio Nobel
  • Lista de trabalhos publicados
  • Wisława Szymborska na Encyclopædia Britannica

Precedido por
Peter Stein
Prêmio Goethe
1991
Sucedido por
Ernst Gombrich
Precedido por
Seamus Heaney
Nobel de Literatura
1996
Sucedido por
Dario Fo
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1927: Stefan George · 1928: Albert Schweitzer · 1929: Leopold Ziegler · 1930: Sigmund Freud · 1931: Ricarda Huch · 1932: Gerhart Hauptmann · 1933: Hermann Stehr · 1934: Hans Pfitzner · 1935: Hermann Stegemann · 1936: Georg Kolbe · 1937: Erwin Guido Kolbenheyer · 1938: Hans Carossa · 1939: Carl Bosch · 1940: Agnes Miegel · 1941: Wilhelm Schäfer · 1942: Richard Kuhn · 1945: Max Planck · 1946: Hermann Hesse · 1947: Karl Jaspers · 1948: Fritz Von Unruh · 1949: Thomas Mann · 1952: Carl Zuckmayer · 1955: Annette Kolb · 1958: Carl Friedrich von Weizsäcker · 1960: Ernst Beutler · 1961: Walter Gropius · 1964: Benno Reifenberg · 1967: Carlo Schmid · 1970: Georg Lukács · 1973: Arno Schmidt · 1976: Ingmar Bergman · 1979: Raymond Aron · 1982: Ernst Jünger · 1985: Golo Mann · 1988: Peter Stein · 1991: Wisława Szymborska · 1994: Ernst Gombrich · 1997: Hans Zender · 2000: Siegfried Lenz · 2002: Marcel Reich-Ranicki · 2005: Amos Oz · 2008: Pina Bausch · 2011: Adonis · 2014: Peter von Matt · 2017: Ariane Mnouchkine

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