Língua galaica

Inscrição da estela de Nicer Clutosi.

O galaico ou galeco, também conhecido como hispano-celta do noroeste, foi uma língua celta (do tipo Q)[1][2] ou um grupo de línguas e dialetos, aparentados ao celtibero, falado no início da era cristã no quadrante noroeste da Península Ibérica, mais especificamente entre as costas oeste e norte do Atlântico e uma linha imaginária que corta a Península de norte a sul, ligando as atuais cidades de Oviedo e Mérida, na Espanha.[3][4] Assim como ocorre com o ilírio e o lígure, o seu corpus é composto de palavras isoladas e frases curtas encontradas em inscrições locais (em latim), ou glosadas por autores clássicos, juntamente com diversos nomes - antropônimos, etnônimos, teônimos, topônimos - também encontrados em inscrições, ou que sobreviveram até os dias de hoje em nomes de locais, rios ou montanhas. Diversas palavras de origem céltica foram também preservadas pelas línguas românicas locais, e que podem ter sido herdadas destes dialetos celtas-Q.[5]

História

A língua foi falada até aos séculos IX e X.[6]

Galeria

  • Inscrições locais romanas que incorporaram nomes, apelativos e frases autóctones:
  • Estela antropomórfica com inscrição em latim e antropônimos locais: LATRONIUS CELTIATI F(ilius) H(ic) S(itus) E(st)
    Estela antropomórfica com inscrição em latim e antropônimos locais: LATRONIUS CELTIATI F(ilius) H(ic) S(itus) E(st)
  • Estela com inscrição latina: APANA AMBOLLI F(ilia) CELTICA SVPERTAM(arica) [Castello] MIOBRI AN(norum) XXV H(ic) S(itus) E(st) APANVS FR(ater) F(aciendum) C(uravit).
    Estela com inscrição latina: APANA AMBOLLI F(ilia) CELTICA SVPERTAM(arica) [Castello] MIOBRI AN(norum) XXV H(ic) S(itus) E(st) APANVS FR(ater) F(aciendum) C(uravit).
  • Inscrição votiva dedicada a Lug: LUCOUBU ARQUIEN(obu) SILONIUS SILO EX VOTO
    Inscrição votiva dedicada a Lug: LUCOUBU ARQUIEN(obu) SILONIUS SILO EX VOTO
  • Inscrição votiva dedicada a uma divindade local, Coso: COSOU DAVINIAGO Q(uintus) V() C() EX VOTO
    Inscrição votiva dedicada a uma divindade local, Coso: COSOU DAVINIAGO Q(uintus) V() C() EX VOTO
  • Inscrições encontradas em Braga, Portugal: [Ce]LICUS FRONTO ARCOBRIGENSIS AMBIMOGIDUS FECIT; e TONGOE NABIAGOI CELICUS FECIT FRONT[o]
    Inscrições encontradas em Braga, Portugal: [Ce]LICUS FRONTO ARCOBRIGENSIS AMBIMOGIDUS FECIT; e TONGOE NABIAGOI CELICUS FECIT FRONT[o]
  • Inscrição latino-galaica: VECIUS VEROBLII F(ilius) PRICE[ps ...] CIT(…) C(ASTELLO) CIRCINE AN(norum) LX [...]O VECI F(ilius) PRINCEPS CO[...]
    Inscrição latino-galaica: VECIUS VEROBLII F(ilius) PRICE[ps ...] CIT(…) C(ASTELLO) CIRCINE AN(norum) LX [...]O VECI F(ilius) PRINCEPS CO[...]

Referências

  1. Prósper, B. M. (2002). Lenguas y religiones prerromanas del occidente de la península ibérica. [S.l.]: Ediciones Universidad de Salamanca. pp. 422–427. ISBN 84-7800-818-7 
  2. Villar F., B. M. Prósper. (2005). Váscos, Celtas e Indoeuropeos: genes y lenguas. Ediciones Universidad de Salamanca. pp. 333-350. ISBN 84-7800-530-7.
  3. Cólera, Carlos Jordán (16 de março de 2007). «The Celts in the Iberian Peninsula:Celtiberian» (PDF). e-Keltoi. 6: 749–750. Consultado em 16 de julho de 2010 
  4. Koch, John T. (2006). Celtic Culture: A Historical Encyclopedia. [S.l.]: ABC-CLIO. 481 páginas 
  5. Palavras do galego, como crica ("vulva"), do proto-celta *kīkwā ("sulco"), laxe ("laje"), do proto-celta *(p)lagēnā ("ponta de lança"), leira ("canteiro", "campo"), do proto-celta *(p)lāryo- ("piso", "chão"), ou alboio ("cabana", "curral"), do proto-celta *(p)are-bowyo- ("em torno de vacas").
  6. Higino Martins Esteves (2008). «As Tribos Calaicas - Proto-História da Galiza à Luz dos Dados Linguísticos.» (PDF). Edições da Galiza. Consultado em 7 de dezembro de 2015 
Ícone de esboço Este artigo sobre linguística ou um linguista é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.
  • v
  • d
  • e
  • Portal da linguística