José Maria da Silva Leal

José Maria da Silva Leal
Nascimento 8 de outubro de 1812
Lisboa
Morte 20 de março de 1883
Lisboa
Cidadania Reino de Portugal
Alma mater
  • Universidade de Coimbra
Ocupação político, escritor, dramaturga
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José Maria da Silva Leal (Lisboa, 8 de outubro de 1812 — Lisboa, 20 de março de 1883) foi um escritor ligado à corrente final do romantismo português, dramaturgo, jornalista e político, autor de numerosas obras dramáticas de diversos géneros. Foi secretário geral do governo civil do Distrito de Santarém e governador civil do Distrito de Angra do Heroísmo (22 de Maio de 1859 a 20 de Janeiro de 1861), director da Revista Universal Lisbonense[1][2] (1846-1847) e secretário da direcção do Conservatório de Lisboa. Foi um dos fundadores do Grémio Literário.[3] É considerado um mestre da língua portuguesa.

Biografia

Adquiriu grande erudição pelo estudo aturado em Coimbra, onde frequentou a Universidade e foi amigo de Almeida Garrett e Alexandre Herculano, participando com eles no movimento político jornalístico de 1830 a 1852.

Foi uma figura de relevo nas letras portuguesas. Para além do seu labor como jornalista, em que chegou a diretor da influente Revista Universal Lisbonense, sucedendo nesse cargo a António Feliciano de Castilho, o fundador do periódico, e redator de A illustração: jornal universal. Através da escrita e da edição de obras dramáticas teve uma forte influência na arte dramática em Lisboa, colocando grande cuidado na pronúncia da língua, o que lhe valeu o epíteto de Recta Pronúncia. Em alguns dos seus escritos usou o pseudónimo Sá Vilela. Na área da imprensa, também se encontra colaboração da sua autoria no jornal O Panorama [4] (1837-1868).

Em 1839 publicou o drama O Intrigante de Veneza, inspirado no Othello de William Shakespeare, a que se seguiram obras dramáticas de diversos géneros: dramas históricos, farsas, ópera buffa, comédias e fantasias ("mágicas"). Conhecendo as dificuldades sentidas na edição de obras dramáticas em Portugal, editou uma coleção de peças teatrais intitulada O Dramaturgo Português ou Collecção de Dramas Originais Portugueses[5] visando incentivar o aparecimento de novas obras e autores. A coleção foi lançada em 1841, sendo a terceira obra publicada O Intrigante de Veneza,[6] escrita dois anos antes.

Em 1846 foi eleito secretário do Conservatório de Lisboa, sendo em 1879 presidente do júri da competição dramática realizada naquele ano. Em 1846 foi um dos fundadores do Grémio Literário, onde a erudição e o esforço que colocou na oralidade das peças que escreveu fez dele um mestre na língua portuguesa.

Ligado ao Partido Regenerador, com o advento da regeneração em 1851 teve uma importante carreira político-administrativa: foi secretário e governador civil do Distrito de Portalegre (1851); governador civil do Distrito de Coimbra (1854); governador civil do Distrito de Santarém (1857); e governador civil do Distrito de Angra do Heroísmo, nomeado por decreto de 6 de Abril de 1859, cargo em que permaneceu até 15 de Fevereiro de 1861, data em que foi exonerado a seu pedido. A sua obra mais notável como governador civil de Angra foi a fundação do Asilo de Mendicidade de Angra do Heroísmo[7][8]

Obras

Para além de vasta obra dispersa por periódicos, é autor de:

  • O intrigante de Veneza (drama em 5 actos e 8 quadros)
  • Carta de hum provinciano a hum seu amigo de Lisboa sobre a Guerra Sebastica (assinada com o pseudónimo Provinciano)
  • Um par de luvas
  • As ruínas do Carmo

Notas

  1. Rita Correia (30 de novembro de 2006). «Ficha histórica:Revista Universal Lisbonense.(1841-1853)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 15 de Setembro de 2014 
  2. Colecção digital da revista
  3. Lista de fundadores do Grémio Literário.
  4. Rita Correia (23 de Novembro de 2012). «Ficha histórica: O Panorama, jornal literário e instrutivo da sociedade propagadora dos conhecimentos úteis.» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 13 de Maio de 2014 
  5. Frontispício da colecção.
  6. O Intrigante de Veneza. Drama em 5 Actos e 8 Quadros, Lisboa, Typographia de Antonio Sebastião Coelho, 1842.
  7. Nota biográfica na Enciclopédia Açoriana.
  8. Alfredo Luís Campos, Memória da Visita Regia à Ilha Terceira, Imprensa Municipal, Angra do Heroísmo, 1903.

Ver também

Ligações externas

  • Silva Leal na Enciclopédia Açoriana
Controle de autoridade
  • v
  • d
  • e
Monarquia
Constitucional
Luís Pinto de Mendonça Arrais • Teotónio de Ornelas Bruges Paim da Câmara (1.ª vez) • António Pedro de Brito • Teotónio de Ornelas Bruges Paim da Câmara (2.ª vez) • José Silvestre Ribeiro • Nicolau Anastácio de Bettencourt (1.ª vez) • Francisco de Meneses Lemos e Carvalho • Nicolau Anastácio de Bettencourt (2.ª vez) • António José Vieira Santa Rita • Nicolau Anastácio de Bettencourt (3.ª vez) • António de Oliveira Marreca • António Marcelino da Victória • Nicolau Anastácio de Bettencourt (4.ª vez) • António Maria Cordeiro • Cassiano Sepúlveda Teixeira  • José Maria da Silva Leal • José Inácio de Almeida Monjardino (3.ª vez) • Jácome de Ornelas Bruges de Ávila Paim da Câmara (1.ª vez) • Albino de Abranches Freire de Figueiredo • Joaquim Taibner de Morais (interino) • José Guilherme Pacheco • Joaquim Taibner de Morais (interino) • António de Gouveia Osório • Teotónio de Ornelas Bruges Paim da Câmara • Miguel Vaz Guedes de Ataíde • Félix Borges de Medeiros • Francisco de Albuquerque Mesquita e Castro • António da Fonseca Carvão Paim da Câmara (1.ª vez) • Jácome de Ornelas Bruges de Ávila Paim da Câmara • (2.ª vez)  • António da Fonseca Carvão Paim da Câmara (2.ª vez) • Jácome de Ornelas Bruges de Ávila Paim da Câmara (3.ª vez)  • Afonso de Castro • João António Pereira Neves • Augusto Maria da Fonseca Coutinho • Jacinto Cândido da Silva (interino) • Jácome de Ornelas Bruges de Ávila Paim da Câmara (4.ª vez) • Cândido Pacheco de Melo Menezes Forjaz de Lacerda (1.ª vez) • António da Fonseca Carvão Paim da Câmara (3.ª vez) • Henrique de Sá Nogueira de Vasconcelos • Henrique de Castro (interino) • José Pimentel Homem de Noronha • Manuel Homem da Costa Noronha • Emídio Lino da Silva Júnior (1.ª vez) • Cândido Pacheco de Melo Menezes Forjaz de Lacerda (2.ª vez) • Emídio Lino da Silva Júnior (2.ª vez) • Raimundo Sieuve de Meneses • Teotónio Simão Paim de Ornelas Bruges (1.ª vez) • António da Fonseca Carvão Paim da Câmara • José Pereira da Cunha da Silveira e Sousa • Aristides Moreira da Mota • João Carlos da Silva Nogueira • Teotónio Simão Paim de Ornelas Bruges (2.ª vez) • Jacinto Carlos da Silva
Estandarte dos governadores civis
1.ª República
Henrique Ferreira de Oliveira Braz • António Afonso de Carvalho  • Francisco de Mendonça Pacheco de Melo • João de Mendonça Pacheco de Melo • João Baptista da Silva  • Adolfo da Trindade • António Silveira Lopes • Joaquim Teixeira da Silva (1.ª vez) • Francisco Vicente Ramos  • Constantino José Cardoso (1.ª vez) • Joaquim Teixeira da Silva (2.ª vez) • Álvaro de Castro Meneses (1.ª vez) • Constantino José Cardoso (2.ª vez) • António Veríssimo de Sousa  • Virgílio da Rocha Diniz  • Francisco de Paula Homem da Costa Noronha • António Amorim Pires Toste • António José Teixeira (1.ª vez) • Sebastião Ávila de Vasconcelos • Manuel de Mesquita (1.ª vez) • António José Teixeira (2.ª vez) • Álvaro de Castro Meneses (2.ª vez) • Alexandre Martins Pamplona Ramos • Francisco de Mendonça Pacheco de Melo
Ditadura Nacional
Estado Novo
3.ª República