Dagoberto de Pisa

Dagoberto de Pisa
Funções
Latin Patriarch of Jerusalem
Patriarcado Latino de Jerusalém
-
Arnulfo de Rohes
Evremar de Therouannes
Archbishop of Pisa
Arquidiocese de Pisa
-
Pietro Moriconi (en)
Roman Catholic Bishop of Pisa (d)
Roman Catholic Diocese of Pisa (d)
-
Biografia
Nascimento

Pisa
Morte
, ou
Messina
Atividades
sacerdote
bispo católico
Outras informações
Religão

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Dagoberto (em francês: Daimbert; Pisa, c. 1050 – Messina, 15 de junho de 1107) foi arcebispo de Pisa e posteriormente patriarca do Reino Latino de Jerusalém, sucedendo a Arnúlfo de Rohes. Contendas e rivalidades com o rei Balduíno I de Jerusalém resultaram na sua expulsão em 1101. Em 1102 foi reincorporado graças a Tancredo da Galileia, mas novamente demitido. Partiu para Antioquia, onde lhe foi dada a custódia igreja de S. Jorge. Em 1105 conseguiu convencer o Papa Pascoal II a apoiá-lo, mas após grave doença, acabou falecendo em 1107.[1]

Legado do Papa

Enquanto bispo de Pisa, Dagoberto revelou energia e interesse pela guerra contra os árabes Em 1098, foi nomeado pelo Papa Urbano II seu representante na corte de Afonso VI de Leão e Castela, demonstrando novamente competência, mas também actos de corrupção no seu papel de organizar a igreja no território tomado aos mouros. Teria retirado para si próprio, segundo os boatos, parte do dinheiro enviado ao papa pelo monarca de Leão. O seu vigor, porém, levou Urbano a, aquando da morte de Ademar de Monteil, escolher Dagoberto para o cargo de legado papal na Primeira Cruzada. Durante a sua viagem para o Oriente, pilhou as várias ilhas no Egeu, pertencentes ao Império Bizantino. o imperador enviou uma frota que, contudo, não conseguiu capturar os pisanos.

Papa Urbano II

Patriarca de Jerusalém

Após ter acostado em Lataquia, onde foi bem recebido pelas tropas sitiantes de Boemundo I de Antioquia, Dagoberto iniciou a sua peregrinação a Jerusalém, acompanhado do mesmo e do conde de Edessa. Quando, a 21 de Dezembro de 1099, chegou à cidade Santa, conseguiu a deposição do actual patriarca, Arnúlfo de Rohes, baseando-se em que a sua eleição não fora canónica. Com o apoio de Boemundo, conseguiu ser eleito para o cargo.

Descontente, todavia, com a sua posição, acabou por conseguir de Godofredo de Bulhão, defensor do sancto sepulcro, a entrega de Jafa e Jerusalém, com a condição de que Godofredo as pudesse guardar até à sua morte ou à conquista de duas grandes cidades árabes. Aquando da morte de Godofredo, a 18 de Julho de 1100, Dagoberto tentou contactar Boemundo, para lhe pedir que impedisse Balduíno I de Edessa de vir suceder a seu irmão, pois os partidários do mesmo já se haviam apoderado da Torre de David, cidadela de Jerusalém. Segundo a lei, o controlo da cidade santa devia ter passado para Dagoberto. Todavia, o mensageiro encarregue de levar a mensagem a Boemundo parou em Lataquia, e foi capturado pelos soldados de Raimundo IV de Toulouse. Contra-vontade, Dagoberto teve de coroar Balduíno no dia de Natal.

Coroação de Balduíno I de Jerusalém

Devido às constantes queixas sobre Dagoberto, feitas ao papa, este, para resolver a questão, enviou como núncio Maurício, bispo-cardeal do Porto. Maurício chegou à Palestina um pouco antes do festejo da Páscoa. Balduíno apressou-se a, mostrando a carta enviada a Boemundo, denunciar o patriarca, afirmando, falsamente, de que este o tentara assassinar durante a sua peregrinação. Preocupado, Dagoberto implorou perdão a Balduíno, oferecendo trezentos besantes. O rei precisava de dinheiro, pelo que aceitou, dizendo ao núncio que perdoara o patriarca.

Quando, meses mais tarde, Balduíno teve novas necessidades financeiras, pediu dinheiro a Dagoberto, que lhe deu duzentos marcos, dizendo que era tudo quanto tinha. Partidários de Arnúlfo, porém, desmentiram-no. Balduíno ficou enfurecido já que, para mais, no Outono, o príncipe de Apúlia, Rogério, fizera uma oferta de mil besantes: um terço para o patriarcado, um terço para a ordem dos Hospitalários e o restante para o rei. Dagoberto ficou com tudo, e Maurício não teve hipótese a não ser expulsá-lo. O ex-patriarca foi para Antioquia, onde Tancredo lhe deu a custódia da igreja de S. Jorge. O núncio assumiu a função de substituto, vindo, todavia, a morrer em 1102.

Durante o Outono, o rei apelou a Tancredo, que negociou exigindo a reincorporação de Dagoberto no Patriarcado. Balduíno, que precisava de auxílio militar, aceitou. Nessa altura, contudo, chegou um novo enviado do papa, Roberto, cardeal de Paris. A questão foi resolvida em julgamento, e Dagoberto foi novamente expulso, regressando à igreja de S. Jorge.

Anos mais tarde, em 1105, Dagoberto foi a Roma e acabou por persuadir o Papa Pascoal II para a sua causa. Porém, quando, triunfante, voltava para a Palestina para que lhe fosse restituído o cargo de patriarca, ficou gravemente doente e acabou por falecer em Messina a 15 de Junho de 1107.

Ver também

Referências

  1. «Dagoberto de Pisa». Encyclopædia Britannica Online (em inglês). Consultado em 20 de maio de 2023 

Precedido por
Arnulfo de Rohes

Patriarca Latino de Jerusalém

1099 - 1101
Sucedido por
Evremar de Therouannes


Controle de autoridade