Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa

Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa
País Portugal Portugal
Localização Bairro Alto, Lisboa
Filial de Academia das Ciências de Lisboa
Website Sítio oficial

A Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa é uma das mais importantes bibliotecas de Portugal,[1] resultante da reunião do espólio da Academia das Ciências de Lisboa com o da Livraria do Convento de Jesus, entregue pelo Estado à Academia, após a extinção das ordens religiosas em 1834, juntamente com o edifício do convento. A Livraria estava particularmente enriquecida por numerosas obras raras adquiridas durante o período em que esteve sob a responsabilidade do frei Manuel do Cenáculo. Quando em 1777, este ocupou a mitra de Beja, a Livraria serviu, para apoio de atividades da Aula Maynense, criada pelo padre José Mayne em 1792, em colaboração com a Academia, fundada em 1779.[2]

Espólio

É rica de obras de carácter científico de autores como Johannes Kepler, Isaac Newton, Carlos Lineu, Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon e muitos outros autores de renome, bem como de filosofia, teologia, literatura e arte, que incluem incunábulos, manuscritos (cerca de 3 000 exemplares), periódicos, uma inestimável coleção de livros raros dos séculos XIV a XVI, entre outros, num total de aproximadamente 1 000 000 de espécies. Além da documentação portuguesa, estão representadas muitas outras proveniências, sendo de destacar, os núcleos islâmicos e chineses, assim como obras espanholas e de outros países europeus. Uma das peças mais antigas é um pergaminho do início do século XII com uma doação da rainha D. Teresa e seu filho D. Afonso Henriques; outras remontam aos séculos XIV, XV e XVI. O período barroco e neoclássico está igualmente bem representado, sobretudo com espécies que faziam parte da Livraria do Convento de Jesus. Também valioso é o fundo editorial dos séculos XIX e XX, essencialmente nas áreas de história e literatura, uma inestimável coleção de livros raros dos séculos XIV a XVI.[2]

Entre o patrimônio de inestimável valia, que importa preservar, conta-se a magnifica cópia, encomendada por D. Duarte no reinado de D. João I, da Crónica Geral de Espanha de 1344; o Livro de Horas da Condessa de Bertiandos, da primeira metade do século XVI; o Missal de Estêvão Gonçalves Neto (1610 – c. 1620), obra-prima da iluminura portuguesa; o Livro das Armadas, testemunho eloquente das navegações portuguesas, seus êxitos e dramas; o célebre Atlas de Lázaro Luís, também do século XVI (porventura o primeiro a figurar o Japão), entre outros. O espólio está devidamente catalogado, e em grande parte informatizado.[2][3]

Instalações

Parte da biblioteca está instalada num imponente salão, em tempos conhecido por “Salão de Pedro Alexandrino” (autor dos frescos do teto) e hoje o Salão Nobre da Academia, que faz parte de um edifício construído após o terramoto de 1755 e acrescentado ao Convento, entretanto reparado dos danos sofridos, tendo sido inaugurado em 1795 por D. João VI. São notáveis a decoração das estantes, o conjunto de pinturas de Pedro Alexandrino, a mesa da Presidência e o friso de bustos de personalidades notáveis que dominam o espaço. A Sala de Leitura aberta, nos termos regulamentares, a académicos, investigadores e ao público em geral, tem prestado excecionais serviços de apoio à investigação em muitos domínios.[2]

Referências

  1. «Biblioteca da Academia das Ciências». Sítio da Câmara Municipal de Lisboa. Consultado em 31 de julho de 2017 
  2. a b c d «A Biblioteca». Academia das Ciências de Lisboa. Consultado em 31 de julho de 2017 
  3. «Diretório de bibliotecas existentes em Lisboa». Biblioteca Nacional Digital. Biblioteca Nacional de Portugal. Consultado em 31 de julho de 2017 

Ligações externas

  • Sítio oficial (em português)
  • Portal da cultura
  • Portal da literatura
  • Portal de Lisboa
  • Portal de Portugal
  • Portal da lusofonia